quarta-feira, 15 de abril de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

Questões de PDM

Perguntas de PDM

1) Qual a consequência da crise financeira, econômica e socioambiental atual da China?

2) Quais as vantagens e desvantagens do desenvolvimento industrial e do consumo na China?

3) Apesar da China ser um dos países com maior indice de pobreza e fome, ela está progredindo ou regredindo em relação a esses problemas?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

África, Índia e China no topo da lista

Trezentos milhões de crianças “passam hoje fome em todo o mundo”, o que representa “a maior vergonha da nossa época” e é “inaceitável”. O balanço e negro é de James Morris, responsável do Programa Alimentar Mundial (PAM), a agência da ONU especializada na ajuda alimentar.
“Trezentos milhões de crianças têm fome”, enquanto “sabemos como resolver esse problema”, começou por afirmar James Morris numa entrevista à AFP, acrescentando que entre “90 milhões a 100 milhões delas estão em África, 80 milhões na Índia, 40 milhões na China, países que apresentaram bons progressos em termos de luta contra a pobreza”. Ainda de acordo com o responsável do PAM, os restantes casos sofrem de malnutrição e repartem-se pelo resto da Ásia, em países como o Afeganistão (seis milhões), e na América Latina.
“Por apenas alguns euros podemos alimentar uma criança, abrigá-la do frio e enviá-la para a escola”, continuou Morris, sustentando que “não há investimento mais frutuoso que o de alimentar uma criança”. Não se trata “de um investimento oneroso, já que o ‘benefício’ é enorme quando essas crianças estão no caminho de terem a sua própria vida, estarem bem de saúde e educados”, afirmou o responsável do PAM, que em Janeiro abre uma delegação em Paris.
Sublinhando que “França tem sido sempre muito generosa sobre este problema e que pode ter um papel motor nesta questão”, Morris indicou que é necessária “uma nova forma de parceria (…) nomeadamente com pessoas do mundo dos negócios e do desporto”.

Fome na China


A conferência, organizada pelo Banco Mundial, foi aberta nesta quarta-feira em Xangai pelo primeiro-ministro da China, Wen Jiabao.
O premiê disse que, "apesar das conquistas em direção à diminuição da pobreza, a China ainda é um país com uma baixa renda per capita".
"A eliminação da pobreza na China ainda é um árduo desafio, que exige muito trabalho a longo prazo", afirmou Wen.
O premiê chinês disse ainda que seu país ainda tem 30 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.
O Banco Mundial afirma que esse número é muito maior. Isso porque a China usa parâmetros diferentes para classificar uma pessoa como pobre.
"Eliminar a pobreza em um país de 1,3 bilhões de pessoas é uma grande contribuição à causa global da redução da pobreza", disse Wen Jiabao, que também anunciou a doação de US$ 30 milhões para o Fundo de Desenvolvimento da Ásia e outros US$ 20 milhões para o Banco de Desenvolvimento Asiático.
O fórum contra a pobreza acaba nesta quinta-feira em Xangai.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Fome na China

  • O acelerado desenvolvimento econômico da China, com a superexploração da mão-de-obra nas fábricas, mostra o aspecto perverso do capitalismo moderno

Na última década, a China buscou seu desenvolvimento através da intensa expansão de sua indústria, comércio e serviços. Com isso, vem alterando de forma significativa sua realidade sócio-econômica e ambiental, sobretudo nas grandes cidades. Este quadro é retratado no documentário Manufactured Landscapes (Paisagens Transformadas), dirigido por Jennifer Baichwal. Entre as paisagens mutantes de maior impacto, está a barragem Três Gargantas, uma monstruosa e inédita obra de engenharia, a maior central hidrelétrica do mundo, planejada para fornecer energia para o complexo industrial daquele país.
A barragem está em execução há vários anos e tem previsão de ser concluída em 2011. Para se ter idéia de sua magnitude, a quantidade de aço utilizado nela seria suficiente para construir 63 torres Eiffel. A hidrelétrica deverá ter uma capacidade de geração de 22.500 MW e o acúmulo de água poderá aumentar os riscos de terremotos na região. Quase um milhão e meio de pessoas serão forçadas a deixarem seus locais de origem. As autoridades estimam que outros 4 milhões de pessoas sejam deslocadas até o ano de 2020. A construção da barragem implica a destruição de 13 cidades e mais de mil vilas.
O acelerado desenvolvimento econômico da China, com a superexploração da mão-de-obra nas fábricas, mostra o aspecto perverso do capitalismo moderno. Diante disso, os trabalhadores reagem de várias formas na defesa dos seus direitos. Em 2004, por exemplo, houve 74 mil manifestações, greves e diversos incidentes maciços. O governo chinês abandonou a tentativa de construir o socialismo naquele país, privatizando empresas, retirando direitos trabalhistas, direitos de habitação digna, de cuidados médicos, de educação etc., até então fornecidos gratuitamente pelo Estado.
Na Revolução de 1949, a China tinha 10% de população urbana e 90% rural. O objetivo das autoridades chinesas é inverter esta estatística. O documentário Paisagens Transformadas busca mostrar a parte oculta do capitalismo e ressalta a necessidade da organização e da luta da classe trabalhadora para combater os efeitos nocivos do sistema de mercado. Durante a era maoísta, tinha-se a compreensão de que o desenvolvimento industrial devia estar a serviço das pessoas. Agora, a perspectiva é de que as pessoas estejam a serviço do desenvolvimento industrial e do consumo.
Paralelamente a este acelerado desenvolvimento – que gera acúmulo de lucro e riqueza – crescem os problemas sociais, como a insegurança e a escassez alimentar para milhões de seres humanos na China e em diferentes partes do mundo. Esta situação é demonstrada por outro documentário intitulado We Feed the World (Nós alimentamos o mundo), sob a direção de Erwin Wagenhofer. O mesmo ressalta a violência nas relações mercantis na atualidade, em uma sociedade global, bem como a violência no que diz respeito à apropriação da produção e do excedente econômico. Evidencia também as consequências da concentração da renda, entre as quais o agravamento do ciclo da fome e da pobreza no mundo.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que 75 milhões de pessoas, em 2007, e mais 40 milhões em 2008 vieram engrossar as fileiras dos subalimentados do planeta, devido principalmente ao aumento dos preços dos bens alimentares. Isso fez com que o número de pessoas com fome no mundo atingisse os 963 milhões contra os 923 milhões em 2007 (FAO, setembro e dezembro de 2008).
Como se vê, as estatísticas são dramáticas. Segundo o relatório de janeiro de 2009, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa de desemprego no mundo poderá subir de 6% em 2008 para 7% em 2009. O relatório aponta ainda que o número de trabalhadores extremamente pobres que ganham menos de 1,25 dólares por dia poderá também aumentar para perto de 200 milhões. Em 2007, 21% dos trabalhadores eram muito pobres e esta cifra poderá alcançar os 27% em 2009.
O modelo neoliberal é a mola propulsora da crise financeira, econômica e socioambiental atual, tendo como conseqüência o aumento do desemprego, da pobreza, da fome, da exclusão social e do aquecimento global, especialmente nas três últimas décadas. Com esse modelo, tudo o que é considerado um obstáculo à livre concorrência dos mercados (de trabalho, de produtos, de dinheiro, de títulos) tem que ser eliminado. Em outras palavras, a globalização hegemônica não tolera outro modelo de desenvolvimento e nem a regulação do mercado. O que fazer quando os “negócios da China” causam fome?